ATITUDES CERTAS EM MOMENTOS DIFÍCEIS
“Quando Mardoqueu soube tudo quanto se havia passado, rasgou as
suas vestes, e vestiu-se de saco e de cinza, e saiu pelo meio da cidade, e
clamou com grande e amargo clamor; E chegou até
diante da porta do rei, porque ninguém vestido de saco podia entrar pelas
portas do rei. E em todas as províncias aonde a palavra do rei e a sua lei
chegava, havia entre os judeus grande luto, com jejum, e choro, e lamentação; e
muitos estavam deitados em saco e em cinza” - Ester 4:1-3.
O livro de Ester nos ensina a ter as atitudes certas em momentos difíceis.
Podemos ver que Mardoqueu enfrentou uma situação de difícil solução. No
capítulo 3 do Livro de Ester, o inimigo dos judeus chamado Hamã, possui
autorização do Rei para fazer o que bem entender dando-lhe o anel real. Com o
endosso real, Hamã editou uma lei que dizia: “E enviaram-se as cartas por intermédio dos correios a todas as
províncias do rei, para que destruíssem, matassem, e fizessem perecer a todos
os judeus, desde o jovem até ao velho, crianças e mulheres, em um mesmo dia, a
treze do duodécimo mês (que é o mês de Adar), e que saqueassem os seus bens”
– Ester 3:13.
Mardoqueu expressou sua aflição rasgando suas vestes e cobrindo-se
de panos de saco e cinzas. Todo o povo se afligiu com luto, jejum, choro,
lamentação, cobrindo-se de panos de saco e cinza. Todo o povo judeu estava
desamparado porque eram estrangeiros, num país que não conhecia o verdadeiro
Deus.
Não somente ele,
mas a rainha Ester também esteve em uma situação muito difícil. Nem a posição
de Rainha e nem seus bens poderia livrá-la do decreto real (selado com o anel
do rei e irrevogável), pois ela era judia.
Quais seriam as atitudes certas em momentos difíceis?
I. A HUMILHAÇÃO DIANTE DE DEUS – “Quando Mardoqueu soube
tudo quanto se havia passado, rasgou as suas vestes, e vestiu-se de saco e de
cinza, e saiu pelo meio da cidade, e clamou com grande e amargo clamor; E chegou até diante da porta do rei, porque ninguém vestido de
saco podia entrar pelas portas do rei. E em todas as províncias aonde a palavra
do rei e a sua lei chegava, havia entre os judeus grande luto, com jejum, e
choro, e lamentação; e muitos estavam deitados em saco e em cinza” - Ester
4:1-3.
Pano de saco era um tecido rústico, que servia para
comunicar emoções ou atitudes. A Bíblia retrata o ato
de vestir de pano de saco como sinal
de tristeza e lamentação, por causa de morte ou calamidade. Jacó quando
recebeu a notícia (falsa) da morte de José, seu filho “rasgou as suas vestes, e cingiu de pano de saco, e lamentou o filho
por muitos dias” (Gênesis 34:37).
Vestir de pano de saco retrata
evidência de humildade, pedido de
súplica. Ezequias e os outros líderes de Judá se vestiram de pano de saco
quando entraram na presença de Deus para pedir livramento da ameaça Síria. (2ª Reis
19:13; 14-19). Daniel disse: “Voltei o
rosto ao Senhor Deus, para buscar com oração e súplica, com jejum, pano de saco
e cinza”. (Daniel 9:3). Vestir de pano de saco ainda demonstra arrependimento e confissão de pecados.
Depois do cativeiro babilônico, os filhos de Israel Jejuaram, trouxeram
terra sobre si e se vestiram de pano de saco quando chegavam a confessar os
seus pecados diante do Senhor. (Neemias 9:1-4). Mardoqueu vestiu-se de pano de
saco e cinza e a Bíblia diz que “clamou com grande e amargo clamor” (Ester
4:1).
Houve entre o povo judeu grande luto, jejum, choro e lamentação
(Ester 4:3). Mardoqueu diante das circunstâncias, clamou com grande clamor de
angústia, com humildade e súplica e de coração quebrado, manifestou sua aflição
ao Senhor – Manifestação de humilhação numa situação difícil, confiando que
Deus os podia livrar de tamanha angústia.
O uso de pano de saco é uma reação cultural do povo judeu naquele
período, e não achamos ordens exigindo o uso de pano de saco nos dias de hoje (Rm
12:1-2), mas ainda devemos mostrar mudanças no nosso comportamento como pessoas
transformadas pela palavra de Deus, não devemos manifestar atos externos insinceros
(Isaías 58:1-10), mas sim atitude de humilhação.
Diante das situações
difíceis, devemos manifestar grande clamor e súplica ao Senhor, rasgar os nossos
corações com frutos de humilhação ao Senhor.
Quais seriam as atitudes certas em momentos difíceis?
II. A CORAGEM DIANTE DE DEUS – “E chegou até diante da
porta do rei, porque ninguém vestido de saco podia entrar pelas portas do rei.
...Todos os servos do rei, e o povo das províncias do rei, bem sabem que todo o
homem ou mulher que chegar ao rei no pátio interior, sem ser chamado, não há
senão uma sentença, a de morte, salvo se o rei estender para ele o cetro de
ouro, para que viva; e eu nestes trinta dias não tenho sido chamada para ir ao
rei. ... Vai, ajunta a todos os
judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por
três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas servas também assim
jejuaremos. E assim irei ter com o rei, ainda que não seja segundo a lei; e se
perecer, pereci - Ester 4:2, 11, 16.
Mardoqueu ousou estar na porta do palácio do rei em trajes de
humilhação. Não é uma coragem qualquer, mas uma coragem com o coração voltado a
Deus. Coragem confiante que Deus podia livrá-los de tamanha aflição da
aniquilação do seu povo. Coragem de coração quebrantado a Deus. Mardoqueu com
atitude de humilhação chegou às portas do palácio real.
Ester teve coragem quando decidiu entrar na presença do rei, mesmo
que isso poderia custar a sua vida. Ela decidiu interceder pelo povo judeu
depois de muita coragem diante de Deus, com muito jejum e humilhação diante de
Deus.
Embora o nome de Deus não seja mencionado em
todo o livro de Ester, a presença do Senhor está evidente na fé de Mardoqueu e
no seu reconhecimento de que ela chegou no palácio com um propósito.
Olho para onde me encontro neste momento e
faço esta pergunta a mim mesmo: Quem sabe não foi para um propósito maior do
que eu possa imaginar, que Deus me colocou neste lugar ou nesta situação? Para
o filho remido que deseja fazer a vontade do Pai, não tem hora e nem lugar.
Sabe que, se está respirando, tem projeto de Deus para sua vida.
Assim é Deus conosco, nos coloca em situações que só nós podemos
interceder. Com coração de humilhação, quebrantado pelo Senhor é que
Deus coloca aquela pessoa sem Cristo no seu caminho, pessoas no trabalho,
escola, amigos e parentes.
Quais seriam as atitudes
certas em momentos difíceis?
III. A ORAÇÃO DIANTE DE DEUS – Vai, ajunta a
todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem
bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas servas também
assim jejuaremos. E assim irei ter com o rei, ainda que não seja segundo a lei;
e se perecer, pereci - Ester 4:16.
Ester junto com o seu povo, o povo judeu, invocou ao Senhor,
suplicou ao Senhor a sua causa. Jejum é movido pela oração. Esdras 8:21-23 “Então, apregoei ali um jejum junto ao rio
Aava, para nos humilharmos diante da face de nosso Deus, para lhe pedirmos
caminho direito para nós, e para nossos filhos, e para toda a nossa fazenda.
Porque me envergonhei de pedir ao rei exército e cavaleiros para nos defenderem
do inimigo no caminho, porquanto tínhamos falado ao rei, dizendo: A mão do
nosso Deus é sobre todos os que
o buscam para o bem, mas a sua força e a sua ira, sobre todos os que o deixam.
Nós, pois, jejuamos e pedimos isso ao nosso Deus, e moveu-se pelas nossas
orações”.
Jejum não é apenas mera abstinência de alimento ou outra qualquer
coisa. É abstinência com propósito. É estar determinado a colocar Deus em
primeiro lugar a qualquer custo, até mesmo a nossa alimentação para buscar a
face de Deus. Jejuar significa colocar Deus realmente em primeiro lugar,
buscando a face do Senhor em oração. Desejar a presença de Deus, mais do que se
deseja comer, dormir, mais de que qualquer coisa. É buscar a presença de Deus e
mortificar-se para o pecado.
Conclusão:
Iniciamos com o capítulo 4 com atitudes de humilhação: rasgou suas
vestes, vestiu-se de saco, clamou, luto,
jejum, choro e lamentação. No capítulo 9:17 em diante vemos o contraste de
Ester e Mardoqueu que confiaram no Senhor e obtiveram como resposta: luz,
gratidão, alegria, honra, um bom dia e descanso.
Humilhação, com coração quebrantado devemos chegar ao Senhor. Coragem,
para cumprir os propósitos de Deus. Não é fácil irmãos, mas temos muitos
exemplos de vitórias com Deus. Oração é buscar a face de Deus. Humilhação,
coragem e oração, não há situações difíceis, obstáculos que Deus não possa
transpor. “A solução não é evitar os
problemas, mas mudar o modo como vemos. Deus pode corrigir-lhe a visão”.
Pr. Luis Renato