“Eis que eu estou convosco todos os dias” – Mateus 28:20.
O Senhor Jesus Cristo nos deixou a promessa
de Sua presença todos os dias. A comunhão com Jesus nos conforta, é viva e nos
prepara para o porvir, quando em breve estaremos com o nosso mestre no céu.
Enquanto a nossa caminhada aqui não findar o
Senhor Jesus nos deixou um memorial – “fazei
isto em memória de mim” (Lucas 22:19). A última ceia do Senhor Jesus com os
doze nos revela muitas coisas. Ele assentou-se a mesa com os doze para juntos
comerem o sacrifício da Páscoa (Marcos 14:12). Ele declarou que desejou muito comer
com eles, antes de padecer. Nesse aspecto fica muito claro o que está escrito
em 1ª Coríntios 5:7, “Porque Cristo,
nossa páscoa, foi sacrificado por nós”.
O Senhor Jesus declara o início de um Novo
Testamento. É preciso, entretanto, que o testador morra. Ao instituir a ceia do Senhor lhes é declarado a Sua morte e seus
efeitos: “Porque isto é o meu sangue, o sangue
do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos
pecados”.
No Evangelho de João encontramos a descrição
em detalhes daqueles momentos que estiveram juntos durante a ceia. Foi durante
a ceia que Jesus lavou os pés de seus discípulos, que indica o traidor entre
eles, que faz declarações como “Eu sou o
caminho, a verdade e a vida”, “Eu sou
a videira verdadeira”, lhes promete a vinda do consolador Espírito Santo,
lhes oferece a Sua paz, lhes declara a Sua vitória sobre mundo e ora
intercedendo por nós dizendo: “E, não
rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer
em mim” (João 17:20).
Portanto, amados irmãos, devemos crer em
Jesus que disse: “Eis que eu estou
convosco todos os dias”.
Após cantarem o hino, saíram para o Monte das
Oliveiras. No caminho o Senhor Jesus disse que está escrito: “Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho
se dispersarão” (Mateus 26:31; Zacarias 13:7). Realmente é esse quadro que
está prestes a acontecer.
No Jardim Getsêmani Jesus vai orar como de
costume. Talvez os discípulos ainda não compreendam o que está prestes a
acontecer. O Senhor Jesus começou a entristecer-se, a angustiar-se muito. Indo
um pouco mais adiante se prostrou e orava mais intensamente enquanto os seus
discípulos adormeciam de tristeza.
O Senhor Jesus deseja fazer a vontade do Pai
e ao voltar da oração diz: “Eis que é
chegada a hora, e o Filho do Homem será entregue nas mãos dos pecadores” (Mateus
26:45). O Getsêmani é o princípio da agonia de Jesus. A agonia que tornou
possível entrarmos na presença de Deus, por Jesus Cristo, o sacrifício
perfeito.
O Getsêmani é o princípio da prova do amor de
Deus e de Seu Filho Jesus que disse: “Eis
que eu estou convosco todos os dias”.
O Senhor Jesus celebrando a ceia declarou que
um dos doze o havia de trair. O Senhor disse que: “Mas eis que a mão do que me trai está comigo à mesa” (Lucas 22:21).
O traidor era alguém que tinha andando com ele, alguém chegado como amigo do
qual foi declarado: “... um de vós, que
come comigo, há de trair-me... É um dos doze, que põe comigo a mão no prato”
(Marcos 14:19,21). Não era qualquer um, mas, aquele que tinha em comum o comer
o pão.
Após a ceia Jesus indica o traidor e diz: “É aquele a quem eu der o bocado molhado. E,
molhando o bocado, o deu a Judas... E, tendo Judas tomado o bocado, saiu logo” (João 13:26-30).
Um gesto simples e singelo que na maioria das
vezes mostra atitude de carinho e afeição, se tornou naquele momento o gesto da
traição, o beijo traiçoeiro. O Senhor Jesus é traído, preso e entregue nas mãos
dos pecadores para que pudéssemos ouvir de sua graça as sinceras palavras da
verdade: “Eis que eu estou convosco todos
os dias”.
O Senhor Jesus declarou: “Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim; porque está escrito:
Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão” (Marcos 14:27). O impetuoso
Pedro responde: “Ainda que me seja mister
morrer contigo não te negarei”.
Não podemos ignorar Satanás e seus ardis.
Jesus faz algumas declarações importantes: “Simão,
Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; Mas eu roguei
por ti, para que a tua fé não desfaleça... Antes que o galo cante hoje, me
negarás três vezes”.
Como predito pelas
escrituras as ovelhas se dispersaram e de longe Pedro o acompanhava, Jesus o
pastor ferido. Pedro no seu andar e fala denunciava que estivera com o Senhor
Jesus. Sem demora o impetuoso Pedro nega a Jesus por três vezes e o galo canta.
Jesus
olhou para Pedro que chorou amargamente por negar o seu mestre. Arrependido
pode ouvir e sentir a presença daquele que disse: “Eis que eu estou convosco todos os dias”.
Os chefes dos sacerdotes e os líderes
religiosos do povo amarraram Jesus e levaram até o governador Pilatos. Eles O
acusaram de três crimes políticos: de sedição, de proibir o povo de pagar
tributo a César, e de declarar ser Ele próprio o rei Messias.
Levado a presença de Herodes, Jesus estava
amarrado e já mostrando os sinais dos maus tratos sofridos nas mãos dos judeus.
Os principais sacerdotes e os mestres da lei estavam ali, acusando-o com
veemência. Então Herodes e os soldados ridicularizaram-no e zombaram dele,
tratando-o como pessoa sem valor algum.
Os soldados teceram uma coroa de espinhos e a
puseram sobre a sua cabeça, também lhe vestiram uma roupa de púrpura (imitação
do manto real), gritando "Salve, rei dos judeus" e lhe davam
bofetadas. O Senhor Jesus suportou as injúrias com dignidade real aceitando-as
como sendo parte da vergonha da cruz (Hebreus 12:2).
Tudo isso suportou Jesus para que pudéssemos
desfrutar de sua presença conforme a declaração: “Eis que eu estou convosco todos os dias”.
Tudo
aconteceu muito rapidamente. Começando de madrugada, Jesus foi preso mediante a
traição de Judas, negado por Pedro, entrevistado por Anás, julgado e condenado
pelo Sinédrio, apresentado ao governador Pilatos, enviado por Pilatos a
Herodes, achado inocente por Herodes e levado novamente a Pilatos para sua
decisão final.
Pilatos
dirigiu-se à multidão e perguntou: "Quereis
que vos solte o Rei dos Judeus?... Que farei então de Jesus, chamado
Cristo?" O povo gritou "Seja
crucificado". Pilatos insistiu: "Mas
que mal fez ele?" E eles mais alto clamavam dizendo: "Seja
crucificado".
E
tomaram a Jesus, e o levaram. Jesus suportou a cruz, desprezando a afronta, e
assentou-se à destra do trono de Deus para que hoje pudéssemos ouvir: “Eis que eu estou convosco todos os dias”.
Agora o testador morreu, foi sepultado e
trouxe com seu sangue derramado na cruz uma mais excelente aliança.
Vale lembrar que Ele não está no sepulcro. O
túmulo está vazio: exatamente três dias e três noites depois do sepultamento o
espírito do Senhor Jesus voltou e o corpo fora transformado, obtendo
características gloriosas. Este corpo não podia ser contido por barreiras
materiais. Jesus triunfou sobre o poder da morte, triunfou sobre as obras do
maligno, triunfou sobre o pecado justificando muitos com o seu sangue
derramado. Está a destra de Deus Pai.
Conclusão
Somente alguém vivo nos poderia oferecer a
sua preciosa presença nos dizendo: “Eis
que eu estou convosco todos os dias”.
Pr. Renato
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