Salmo 23
“O Senhor é meu pastor, nada me faltará.” – Salmo 23:1.
Esse Salmo é uma lembrança que todos que creem
em Cristo são ovelhas do seu rebanho. Jesus diz em João 10:15-16 que “Assim como o Pai me conhece a mim, também
eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas. Ainda tenho outras ovelhas
que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a
minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor”.
Não teria ninguém melhor que Davi, o pastor de
ovelhas, para escrever este Salmo. O pastor de ovelhas Davi passou a ser ovelha
do Senhor e descreve com exatidão o sentimento e o reconhecimento da ovelha em
relação ao seu Pastor e Senhor.
Davi descreve “é meu pastor”. Observe que é usado um pronome possessivo no
singular “meu” e não o pronome possessivo
no plural “nosso” demonstrando a
comunhão dessa ovelha com o Seu Pastor. O Senhor Jesus declarou: “Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas
ovelhas, e das minhas sou conhecido” – João 10:14.
O
que o Salmista declara neste Salmo?
1. A Confiança que tem no Pastor. “O Senhor é meu
pastor, nada me faltará” – Salmo 23:1.
“Nada
me faltará” é a afirmação declarada
da confiança que o Salmista tem no Seu Pastor. A ênfase está no cuidado perene
de Deus para com a ovelha e não no patrocínio de bens materiais ou o status que
esse mundo pode oferecer.
No livro de devocional Mananciais no Deserto
de autoria de Lettie Cowman, devocional de 09 de junho, mostra a confiança de
uma serva do Senhor: “Fiel é o
Senhor (1 Ts 3.3). Conheci certa vez uma mulher de cor que era muito pobre e
ganhava a vida com trabalho árduo; no entanto, era uma crente sempre alegre. “Ah,
Nancy”, disse-lhe certa vez uma outra senhora crente que parecia triste, “você
pode estar alegre agora, mas acho que se você pensasse no futuro iria moderar
um pouco esse seu entusiasmo. E se de repente você tiver uma doença e não puder
mais trabalhar; ou se os seus patrões mudarem de cidade e você não achar outro
emprego; ou se...” “Pare, pare!” exclamou Nancy. “Eu não tenho nenhum se. O Senhor
é o meu pastor, e eu sei que nada me faltará. E olhe, querida”, disse ela
àquela senhora, “são todos esses se, se, se, que a estão deixando tão infeliz.
O melhor é deixar de lado todos eles e confiar somente no Senhor”. Se pudermos
crer e aceitar com simplicidade de fé o que a Bíblia nos afirma todos os “se”
desaparecerão. Em Hebreus 13.5,6 está escrito: “Seja a vossa vida sem avareza.
Contentai-vos com as cousas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma
te deixarei, nunca jamais te abandonarei” — H. W. S.”
A declaração aqui é a confiança no seu Pastor Jesus
Cristo sem olhar para as circunstâncias ou as coisas que poderiam acontecer.
O
que o Salmista declara neste Salmo?
2. O Cuidado
de Seu Pastor. “Deitar-me
faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas” – Salmo 23:2.
A ovelha confiante em Seu Pastor declara o
cuidado provedor de Deus. Posiciona-se confiante que Deus cuidará dele e se
sujeita ao Seu Cuidado.
Pastos verdejantes e águas tranquilas são
figuras que nos remetem à Palavra de Deus. “E
te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não
conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não
viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem” –
Deuteronômio 8:3.
A falta de conhecimento de Deus resulta em
sede e fome, o que demonstra que ter o Senhor como Pastor é o mesmo que ser
saciado do conhecimento de Deus. A ovelha de nada tem falta, pois se alimenta
da Palavra de Deus.
O corpo físico depende de alimento ou do pão
cotidiano e o espírito vivificado por Jesus Cristo ao que no seu nome crê se
alimenta da Palavra de Deus. Portanto o que ouve e pratica a Palavra de Deus se
satisfaz do que realmente é bom. As Pastagens verdes e as águas tranquilas não
falam de bens terrestres, antes diz de ser satisfeitos da justiça e cuidado de
Deus através da Sua Palavra.
O
que o Salmista declara neste Salmo?
3. O Consolo que recebe do Seu
Pastor. “Refrigera
a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome” – Salmo 23:3.
Este verso está intimamente ligado com o
anterior. O alimento providenciado por
Deus satisfaz a alma sedenta proporcionando descanso, refrigério e restaura a
alma aflita.
As circunstâncias
contrárias e desfavoráveis da vida fazem parte da existência do homem, mas o
consolo da Palavra de Deus mostra o cuidado e consolo do Senhor. O Senhor Jesus
disse aos seus discípulos: “Eis que chega
a hora, e já se aproxima, em que vós sereis dispersos cada um para sua parte, e
me deixareis só; mas não estou só, porque o Pai está comigo. Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais
paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” –
João 16:32-33.
O Senhor Jesus, o
Sumo Pastor, continua a dizer a suas ovelhas: “para que em mim tenhais paz; no
mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”.
“Bendito
seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o
Deus de toda a consolação; Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que
também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a
consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. Porque, como as
aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também é abundante a nossa
consolação por meio de Cristo”
– 2ª Coríntios 1:3-5.
O
que o Salmista declara neste Salmo?
4. As Circunstâncias não abalam a
confiança da ovelha no Seu Pastor. “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não
temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me
consolam” – Salmo 23:4.
A morte é o maior lembrete de que nós somos
pecadores. “Porque o salário do pecado é
a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso
Senhor” – Romanos 6:23.
“Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à
casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens, e os vivos
o aplicam ao seu coração” – Eclesiastes 7:2.
O Salmista descreve a sua confiança em Deus,
seu Senhor e Pastor, ainda que andasse no vale da sombra da morte. A sombra da
morte é uma figura do mundo dos homens que jazem separados de Deus, mortos e
alienados. “Tal como a que se assenta nas
trevas e sombra da morte, presa em aflição e em ferro; Porquanto se rebelaram
contra as palavras de Deus, e desprezaram o conselho do Altíssimo” – Salmo 107:10-11.
A humanidade alienada de Deus habita na região
da sombra da morte e está presa, “mortos
em ofensas e pecados” (Efésios 2:1). Somente Jesus foi dado como luz dos
que jazem em trevas, tirando-os da prisão.
O Salvo foi vivificado deixando as trevas e
chamado para a maravilhosa luz de Cristo. “Mas
vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido,
para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz" – 1ª Pedro 2:9.
Os salvos em Cristo são embaixadores e
peregrinos nesse mundo. Quando as pessoas creem em Cristo são arrancados do
reino da morte para o reino do Filho do amor de Deus. “O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o
reino do Filho do seu amor; Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber,
a remissão dos pecados” – Filipenses 1:13-14.
Fazer a vontade de Deus é andar nesse mundo
tenebroso onde o pecado é imperioso para com a pregação da Palavra de Deus e ensinar
as Boa Novas da redenção por Cristo Jesus nosso Senhor. Fazer a vontade de Deus
é ter os caminhos guiados pelo cajado e a vara nesse mundo que insiste viver
separado de Deus.
A confiança da ovelha em seu Pastor transcende
as circunstâncias que a cercam.
O que o Salmista declara neste Salmo?
5. O Compromisso da ovelha com o
seu Pastor. “Preparas
uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com
óleo, o meu cálice transborda” – Salmo
23:5.
Uma mesa posta em um ambiente de hostilidade.
Assim foi a vida de Jesus que esvaziou a si mesmo para fazer a vontade do Pai –
“A minha comida é fazer a vontade daquele
que me enviou, e realizar a sua obra” – João 4:34.
Nesse mundo hostil aqueles que possuem Jesus
como Pastor, Jesus como Salvador e Senhor de suas vidas possuem a providência
divina mesmo em grandes temporais. As ovelhas do Bom Pastor estão seladas pelo
Espírito Santo e carregadas de bênçãos espirituais – Novo e Vivo caminho,
cidadãos celestiais. “Em quem também vós
estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa
salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da
promessa” – Efésios 1:13.
O Senhor Jesus em sua oração declarou acerca
de suas ovelhas: “Mas agora vou para ti,
e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos.
Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como
eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.
Não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na tua verdade; a tua
palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao
mundo” – João 17:13-18.
O Senhor Jesus envia as Suas ovelhas a fim de
testificarem do Seu grande amor. Esse é o compromisso das ovelhas do Senhor
para com o Sumo Pastor Jesus. Num mundo hostil banquetear é quando uma alma é
resgatada do reino das trevas para o reino da luz de Cristo. Os salvos são
ovelhas em meio aos inimigos do Evangelho para levar o banquete da Palavra de
Deus aos que perecem a fim de que pela Palavra de Deus os resgate para um vivo
e novo caminho, viva e verdadeira esperança e uma nação celestial.
O
que o Salmista declara neste Salmo?
6. A Confissão da ovelha em
relação ao seu Pastor. “Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão
todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do senhor por longos dias” – Salmo 23:5.
Certamente a confissão da bondade e
misericórdia de Deus seguirá nos lábios da ovelha permanentemente. A confissão é a exata expressão da
esperança real e certa da habitação na presença de Deus na eternidade.
O Salmista como ovelha tem a garantia da
promessa do Pastor, cuidado constante, fidelidade todos os dias da vida. As
misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã, elas continuam durante todo o
dia e as conclui nas bênçãos espirituais para sempre na eternidade.
A bondade e misericórdia de Deus se resumem na
habitação não feita por mãos, mas eterna, nos céus, na casa do Pai, no qual
Jesus Cristo declarou haver muitas moradas seguras e eternas para as Suas
ovelhas.
“Não
se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu
Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou
preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e
vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” – João 14:1-3.
Conclusão.
Os salvos podem dizer com pleno entendimento “O Senhor é meu pastor, nada me faltará”.
Pr. Renato
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